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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Tema do Mês - Março de 2011

O que é Público e o que é Privado?
Jôse Moser


Entendo que público é o que pertence a muitos, privado é o que não é público, é particular. Parece simples, bem separado, distinto, entretanto, é cada vez mais comum nos depararmos com questões privadas nos espaços públicos.
Assuntos e confidências que só dizem respeito a cada um, no máximo a uma dupla ou a uma só família, são tornados públicos, discutidos sem reserva em sites de relacionamento com detalhes, com nomes, horários, locais, emoções e tudo que caracterizou a situação.
Fotos são postadas mostrando momentos de euforia, em poses pensadas ou não, documentando a presença em festas, viagens, encontros e assim, dividindo com muitos o que aconteceu na sua casa, no seu trabalho, na escola, e até o que aconteceu com o outro, amigo ou inimigo.
Tudo parece poder ser socializado, tornado público, sem censura.
Esta forma de comunicação mostra-se rápida e eficiente, no que diz respeito a mostrar para outros, conhecidos ou não, o que somos, o que fazemos e o que pensamos. É um bom meio para manter a todos informados, atualizados.
Cabe refletir se estas notícias, porém, são de fato interpretadas com os mesmos objetivos que foram divulgados. Não é raro vermos adolescentes chorando no dia seguinte da festa, pois suas fotos e atitudes da noite passada foram publicadas, mas interpretadas erroneamente, ou adultos terem que se explicar por terem revelado questões importantes de seu trabalho ou espaço social.
Ter amigos, ser lembrado por todos, ser convidado para muitas festas e eventos é algo valorizado nos dias de hoje. Esta expectativa parece ser geral, não sendo, assim, um comportamento exclusivo de adolescentes. A constatação que fica é de que a aprovação, de consentimento, por jovens e adultos é aprovado e compartilhado também pelo mundo adulto.
Cabe fazermos alguns comentários sobre estes comportamentos, pois por mais válido/verdadeiro que seja a vontade de sermos populares, devemos pensar em como queremos ser lembrados.
As mudanças e novidades fazem parte da vida de todos, mas está nos adultos a capacidade e a competência de prever o que determinadas atitudes provocam no meio social. Escolher como querem ser conhecidos e sobretudo ajudar aos filhos, desde a infância, a fazerem escolhas consequentes e valorizadas por eles, trazer a possibilidade de reflexão aos mais novos, menos experientes é uma missão educativa, importante para nós, adultos. E, sem dúvida, nossos exemplos contribuem para esclarecer o que acreditamos ser certo ou errado.
Dividir é bastante valorizado na nossa sociedade, mas socializar o que é íntimo é eternizar publicamente o que pertence estritamente a cada um. É mais do que uma simples mudança de atitude, é uma perigosa mudança de valores.
Público é o que é de muitos. Privado é o que é de cada um.
Jôse Moser é Psicóloga, Educadora e 
Diretora Pedagógica do CAMB há 32 anos

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Adaptação - A Arte do Encanto e da Descoberta

Mariângela Volponi
  O início do ano é um tempo positivo, vibrante com novas e renovadas expectativas em todos os setores da Escola, que se preparam para receber alunos, professores, pais e aqueles que chegam pela primeira vez no CAMB, que farão parte da nossa estimada comunidade escolar.
  Para nós é como preparar e cuidar da terra com os nutrientes necessários, para acolher em terreno fértil  sementes lançadas durante o ano, para que  cresçam, deem flores e  bons frutos.
 Neste contexto propício e favorável é que a Adaptação dos alunos novos acontece, todos os anos, como um ritual de iniciação para uma nova experiência de crescimento pessoal e coletivo.
  Para a palavra Adaptação encontramos diferentes significados: harmonizar, adequar, acomodar, ajustar. Para nós do CAMB, é um momento singular e delicado: hora de receber os que chegam e precisam de segurança, de atenção e do conforto de um trabalho integrado e harmonioso.
  Sabemos que enfrentar o novo não é fácil em qualquer idade. Todavia, a superação deste momento é uma experiência gratificante que encoraja o enfrentamento de outros desafios que a vida, ora nos presenteia, ora nos impõe.
  Este processo, que é vivido muitas vezes em diversas situações e em diferentes  idades, tem suas  especificidades e ambiguidades naturais, em que o estranhamento e o fascínio frente ao desconhecido  se  entrelaçam.
  Como não estranhar o que é estranho? Como não sentir medo do desconhecido? Por outro lado, como não se encantar com um rosto a ser revelado? Com as novidades?  Com o surpreendente e instigante convite para decifrar o mistério do novo?
  Esta é a realidade dos tempos de Adaptação vivenciada pelos alunos, seus familiares e pela Escola nos diferentes Graus. Todos envolvidos em diversas matizes de emoções e sentimentos, progressivamente, abrem as portas para o conhecimento e para o estabelecimento da confiança imprescindíveis na  construção  de  vínculos que tornam a Escola um lugar de relacionamentos , descobertas e  aprendizagens efetivas.
  A equipe docente e a direção, com um olhar sensível e cuidadoso, aconchegam e estruturam o caminho para o período de Adaptação, que ao longo de nossos 32 anos de trabalho obteve o êxito esperado. É uma alegria ímpar quando os alunos entram pelos portões seguros, felizes e preparados para vivenciar a Escola como um centro de muitas e importantes aprendizagens e encontros, que os ajudarão a construir satisfatoriamente, sua trajetória escolar. 
Mariangela Volponi é Psicóloga, Educadora e
Orientadora da Educação Infantil do CAMB há 32 anos.