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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Palavra do Professor - Catástrofes Naturais e suas consequências para a sociedade contemporânea

No dia 11 de março o mundo inteiro assistiu, assombrado,
 uma série de imagens do terremoto e tsunami ocorridos
no Japão. Para entendermos melhor esse fato convidamos
a professora de Geografia do CAMB Paula Gomes Serafian,
para aprofundar o tema.

A triste notícia dos acontecimentos ocorridos no Japão nos traz reflexões sobre a sociedade contemporânea.
O fato ocorrido é um fenômeno totalmente natural, que tem ocorrido frequentemente há milhares de anos, já que a crosta terrestre é toda fragmentada e esses fragmentos, conhecidos como placas tectônicas estão em constante movimento. Essa dinâmica é responsável pela formação das paisagens apresentadas em todo o planeta, uma vez que os processos endógenos contribuem de forma significativa para a formação do relevo.
Muitos pensam que pelo fato do Brasil estar localizado na área central de uma dessas placas, na Sul-americana, não temos consequências desses processos. Isso é um engano, pois a movimentação de placas tectônicas causa consequências em todas as partes da superfície terrestre. A escarpa da Serra do Mar, por exemplo, foi formada como consequência dos dobramentos recentes que originaram a Cordilheira dos Andes.
Evidentemente, o Japão e países daquela região sofrem mais com os resultados do tectonismo. Isso porque esses países se localizam no encontro de diferentes placas tectônicas (Placa Euro-Asiática, Índica, das Filipinas e Pacífica). A região também é conhecida como Círculo de fogo, por ocorrer constantemente uma intensa atividade sísmica e vulcânica.
Mas o que dizer sobre os recentes fatos ocorridos no Japão, a 2ª maior potência econômica mundial? Mesmo com a melhor tecnologia para enfrentar esses tipos de desastres, vemos essa triste realidade: inúmeras mortes, cidades destruídas, pessoas sem água, energia e alimentos.
Logo após o acontecimento os alunos estavam muito interessados em discutir sobre o Japão e alguns questionamentos me foram feitos. Perguntas relacionadas à teoria da tectônica de placas e à formação de tsunamis. Mas dois questionamentos me fizeram refletir sobre isso tudo:
“Por que os japoneses não vêm todos para o Brasil, já que aqui não temos esses problemas e lá sempre haverá?”
“Por que os japoneses construíram as usinas nucleares? Eles não conhecem os problemas da radiação?”
É interessante perceber as hipóteses de nossas crianças, verificar a facilidade com que resolvem problemas tão sérios de uma maneira tão simples e o melhor, perceber o espírito solidário que têm ao se deparar com uma realidade tão complicada como essa.
Fico me perguntando como nós, adultos, complicamos tudo. A realidade mundial, a diferença econômica entre os países, as divergências ideológicas, a intolerância com a diversidade, nos afastam e criam uma série de problemas e dificuldades, para as quais é muito difícil vislumbrar soluções práticas.
É inimaginável uma sociedade que não precise de energia, no entanto é muito complicado enfrentar os problemas decorrentes da geração dela. Independente do tipo de recurso energético que se escolha, sempre geraremos impactos ao meio ambiente ou teremos que arcar com altos custos financeiros.
Nesses momentos percebemos mais explicitamente a generosidade, a compaixão e a humanidade das pessoas. A ajuda humanitária, o trabalho de voluntários, o auxilio financeiro dos Estados, tudo isso não resolve, mas sem dúvida nenhuma ajuda muito e também serve para perceber que a união das pessoas constituí uma força, que até certo ponto também é natural e mostra uma das mais marcantes características humanas que também nos distingue dos demais animais, a força da solidariedade.
Ana Paula Gomes Serafian é Geógrafa e professora de Geografia do Ensino Fundamental II do CAMB

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Dilma "Presidenta"

No dia 1º de janeiro de 2011 Dilma Russef tomou posse do cargo de Presidente do Brasil.
Pela 1ª vez uma mulher foi eleita para esse cargo em nosso país. Perguntamos à
Simone Alves, professora de História do CAMB, qual a importância e as implicações históricas desse fato.
Dilma “presidenta”
Simone Alves
Era 1º de janeiro de 2011 quando uma mulher assumia pela 1ª vez o cargo máximo da nossa nação, a Presidência da República! Nossa “presidenta”, como alguns a querem chamar, mesmo com as ressalvas do professor Pasquale, abre uma nova página da nossa História, em que homens e mulheres têm iguais oportunidades e direitos.
O fato de termos uma mulher governando o país é indiscutivelmente um grande salto nas lutas e conquistas femininas iniciadas no final do século XIX e consolidadas no Brasil no século seguinte, mais precisamente, em 1934, quando no governo de Getúlio Vargas alcançaríamos o voto universal, mas não obrigatório para as mulheres.
Desde então, foram muitas as reivindicações de feministas que buscaram as igualdades em todos os setores da sociedade.
Foram importantes mudanças como o acesso à educação ou à igualdade jurídica e de remuneração para a ocupação de cargos dominados pelos homens.
O que vemos é que, neste início de século XXI, a mulher está presente em muitos espaços antes destinados somente a homens e que o preconceito contra sua chamada fragilidade é pulverizado pouco a pouco de nossas vidas.
Ainda há muito a conquistar. Os casos de violência contra as mulheres, os menores salários, a discrepante diferença do número de cargos importantes exercidos por mulheres e homens, além de existir ainda quem crie teorias e justificativas para explicar a ausência de algumas capacidades femininas.
Hoje, nossos meninos e meninas pouco falam em feminismo e a antiga guerra dos sexos dá lugar a uma convivência pacífica, em que esses garotos legitimam a igualdade e crescem em um mundo que luta para destruir preconceitos e a subjugação de minorias; para então alcançarmos a plena democracia tão sonhada e por tantas vezes a nós negada.
Simone Alves é historiadora e professora de História do Ensino Fundamental II do CAMB há 9 anos